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“Agarrados às cordas”

“Clinging to the ropes”



Esta é mais uma história linda que me emocionou desde o início: uma mãe decidiu presentar marido e filho com um livro que recordasse a história dos três. E como todas as epopeias, também esta tem obstáculos, dificuldades e momentos dolorosos que tiveram que ser enfrentados. Helena Jesus conheceu Jorge ainda nos anos de 1980, no Algarve, e foi paixão à primeira vista. Namoraram contra a vontade dos pais dela mas acabaram por casar. Porém, pelo meio há duas gravidezes falhadas e a tragédia, por momentos, pinta o espírito de ambos com tons de negrume. Mas o que poderia ter sido uma desolação para o casal, deu-lhes força e coragem para dar uma nega à tristeza. Arregaçaram mangas, fizeram planos e começaram a pensar numa adoção. O processo já ia avançado quando Helena fica novamente grávida. Com diabetes e dois fetos perdidos anteriormente, esta terceira vez, inesperada, teria que correr bem. Jorge esteve lá, em cada minuto, dia, mês, semana. Abraçou a causa, lutou por este mundo e o outro. De dia trabalhava, de noite mantinha-se acordado a controlar os níveis de glicémia da sua alma gémea. Foram nove meses duros, sofridos, intensos e arrepiantes, até que a 9 de novembro de 1994 nasceu Ricardo. Oh, meu deus! Afinal, a vida consegue ser misericordiosa.
A família de Helena forma, assim, um triângulo perfeito com três vértices unidos por linhas cosidas a custo, com as marcas do tempo a preencher todos os espaços entre eles. É claro que as dificuldades não se ficaram por aqui. Ricardo cresceu e passou por muitas peripécias: já sonhou ser tenista, esteve nos EUA a estudar longe da família, a percorrer um sonho talvez impossível de alcançar e houve alguns revezes. Mas quem quer saber disso? O que conta é o processo, a corrida de fundo. De que vale chegar ao topo sem ninguém a seu lado? Como diria Jorge, num jantar entre família e amigos, passámos por muito, mas “estivemos sempre agarrados às cordas”. Este foi o título que Helena quis dar ao livro que fiz para ela oferecer ao marido e filho por ocasião do 21º aniversário de Ricardo. “Ambos são o reflexo um do outro. Com as qualidades que me fizeram apaixonar por ambos: são inventivos, tenazes, meigos, simpáticos e com um coração do tamanho do universo. E é assim que vejo a nossa felicidade: todos juntos”, disse-me Helena, numa das conversas secretas para fazer o livro. “Estes são os dois amores da minha vida: filho e marido, dois homens feitos que sempre estiveram ao meu lado e que fazem de mim uma mulher de coração cheio”. São palavras que me deixam esmagado, tamanho é o amor que existe os três.
São estórias destas que me deixam contente por ter criado a storybook e por poder proporcionar momentos únicos. O livro, entregue umas semanas antes da festa de aniversário, voou, juntamente com os pais, embrulhado em segredo na mala da mãe, diretamente para os EUA onde Ricardo ainda estuda. Os três vão passar um dia especial, recordando um percurso de vida complicado, cheio de altos e baixos, mas com um final feliz. Porque eles juntos, sempre agarrados às cordas.

 

This is another beautiful story that moved me from the beginning: a mother decided to give her husband and son a beautiful present. A photo album that reminds their life story as a family. And like all epics, this one also has obstacles, difficulties and painful moments that had to be faced. Helena Jesus met Jorge in the 1980s, in the Algarve, and it was love at first sight. They dated against the wishes of her parents but eventually they got married. But through a long period they had to surpass two failed pregnancies and those tragedies almost painted their spirit with blackness tones. But what could have been a big cause to fall apart, gave them strength and courage to say no to sadness. They rolled up sleeves, made plans and began to think of adoption. The process was already advanced when Helena gets pregnant again. With diabetes and two previously lost fetuses, this third time, which was unexpected, had to be fine ‘till the end. Jorge was there, every minute, day, month and week. He embraced the cause, fought for this world and the next. During the day he worked, and, at night, he kept awake to control the blood sugar levels of his soul mate. It was nine hard months, intense and chilling, until on November 9, of 1994, Ricardo was born. Oh my God! After all, life can be merciful.
The family of Helena thus forms a perfect triangle with three vertices connected by lines sewn hardly, with their stories to fill all spaces between. Of course, the difficulties did not stop there. Ricardo grew up and went through many adventures: he dreamed of being tennis player, was in the US studying away from the family, he fought for a dream, perhaps impossible to achieve and there were some setbacks. But, who cares about that? What counts is the process, the long-distance race. What good is it to reach the top with no one by your side? How Jorge said at a dinner with family and friends, “we went through a lot, like we were clinging to the ropes". This was the title that Helena wanted to give the book I made for her to offer her husband and son on the occasion of the 21st anniversary of Ricardo. "Both are a reflection of one another. With the qualities that made me fall in love with both: they are resourceful, tenacious, gentle, friendly and with a heart the size of the universe. And that's how I see our happiness: all together", Helena told me in one of the secret talks we’ve done to finish the book. "These are the two loves of my life: son and husband, two grown men who have always been by my side and made me into a full-hearted woman." There are words that crushed me as I heard them. How big is this love that unit this three human beings!

These are the kind of stories that make me happy to have created storybook and be able to provide unique moments. The book, delivered a few weeks before the birthday party, flew along with parents, wrapped in secret in Helena’s bag , and went directly to the US where Ricardo is still studying. The three will spend a special day, remembering how complicated was to reach that stage of life, with a happy ending. Because they are together, always clinging to the ropes.

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