Há dias, passava pelo canal História, quando me deparei com imagens que
me eram familiares: um documentário contava a ligação que o castelo de Almourol
tem com a ordem dos templários. O programa “Piratas e Templários” percorre
muitas zonas do globo em busca de tesouros perdidos. Moçambique e Goa são
outros dos locais visitados. Fiquei contente quando vi este relato, porque a
expansão marítima dos portugueses é dos temas que mais mexe comigo.
Serve isto para dizer que o programa foi desculpa para ir até ao baú
procurar imagens das ameias que se veem de Tancos, na margem norte do Tejo.
Sempre que lá vou, fico sempre fascinado de ver aquele monstro imponente no
meio do rio. Quase mil anos de idade, vá, 900, e ele ainda ali está, sereno,
vigilante e austero. Mas o que importa mais século, menos século, quando já se
viveu tanto? As paredes, em si, estavam prontas em 1127. Há, no entanto,
vestígios de presença romana, visigótica, muçulmana e alana. Ou seja, aquele
pequeno afloramento de granito já servia de posto de vigia há muito tempo.
Verdade seja dita, o sítio é perfeito, porque o rio serve de fronteira e a ilha
um posto de observação ideal. Quando D. Afonso Henriques tomava o território
aos mouros, concedeu aos templários a responsabilidade de administrar a região
entre o Mondego e o Tejo. O castelo sobreviveu até aos dias de hoje, apesar de
alguns estragos em guerras e com o terramoto de 1755. Ainda assim, parte da
estrutura é a mesma e foi recuperada em 2013. Mas com a crise, muito ficou para
fazer. Da última vez que lá fui, faltava a sinalética museológica prometida. É
claro que era interessante recuperar o espaço envolvente, ajardinar e tal, mas ainda
assim, um passeio até Almourol é a certeza de um dia bem passado pelo Ribatejo.
Uma paragem ideal para quem vai a Constância ou às grutas de Mira d’Aire, por
exemplo. Fica aqui a sugestão.
Importante, frisar, que para visitar o castelo é necessário atravessar
de barco e pagar €2,5. Embora, devido à escassez de água, o lado norte esteja
separado por um fino curso de rio, a passagem a pé é proibida.
This serves to say that the program was an excuse to go up to the vault in search images that I caught from Tancos, on the north bank of the Tagus river, where we can see the Almourol castle. Whenever I go there, I'm always fascinated to see that imposing monster in the middle of the river. Nearly a thousand years old, ok, 900, and it still is there, calm, vigilant and austere. But what matters more or less century when you already lived so much? The walls, themselves, were completed in 1127. There are, in fact, traces of Roman, Muslim and Visigothic presence. So, that little granite outcrop was already a lookout post for a long time. Truth be told, the site is perfect, because the river serves as a border and the island an ideal observation point. When D. Afonso Henriques took the territory from the Moors, gave the Templars the responsibility to administer the region between the Mondego river and the Tagus. The castle has survived to the present day, despite some damage in wars in between and after the 1755 earthquake. Still, part of the structure is the same and was recovered in 2013. But with the economic crisis, much has still to be done. Last time I went there, the site lacked the promised museological signposting. Of course it is interesting to recover the surrounding space, landscaping and such, but still, a walk to Almourol is sure of a day well spent by the Ribatejo area. An ideal stop for anyone going to Constancia or the Mira d'Aire caves, for example. Just a suggestion.
Important to note that to visit the castle you need to cross by boat and pay $3. Although, due to shortage of water, the north side is separated by a thin course of the river, crossing by foot is strictly prohibited.
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