Vamos
lá parar um bocadinho, respirar fundo e pensar um pouco. Agora, espere: gostou de
sentir o ar entrar nos pulmões? Foi bom, não foi? É uma sensação de alívio e
calma. Apesar de ser um ato automático, sabemos o quão importante é este gesto
fisiológico: o que respiramos é condição básica da nossa sobrevivência. Ora,
para que haja oxigénio, o gás mais importante, é preciso que alguém o produza.
Com uma população a aumentar, a caminho dos oito mil milhões, florestas a
desaparecer, clima a mudar, poluição a subir, se calhar seria importante pensar
naquilo que podemos fazer para inverter esta tendência. 21 de março é o dia
mundial da árvore. Serve esta data para lembrar a importância das plantas, do
verde no mundo e da nossa responsabilidade em contribuir para uma mudança
positiva. Cada gesto ajuda, acredite. Nem que seja contribuir para uma
associação, manter o jardim cuidado, separar o lixo, ter cuidado onde põe os
pés, manter um vaso bonito na varanda e nunca deitar lixo para o chão. As
plantas estão lá para nos servir, o mínimo que podemos fazer é respeitá-las e
agradecer. Há de dizer alguém por aí, “ah e tal, nem são as florestas que nos
dão mais oxigénio!”. Sim, é verdade. As algas contribuem com 55 por cento de
todo 02 existente no planeta, mas será isso desculpa para se ser desleixado?
Miguel Teles, da associação “Plantar Uma Árvore”, lembra que “o investimento na
floresta permite gerar ganhos sociais e económicos, através da promoção de
espaços do domínio público e até de criação de empregos verdes”. Em Portugal, ela
é responsável por dez por cento das exportações e 113 mil empregos diretos. Como
vê, mais do que o ar que nos dá, a floresta é um bem de todos.
Há,
porém, que distinguir a floresta comercial, aquela que é usada, por exemplo, na
produção da pasta de papel, da floresta nativa ou autóctone. Esta última
deveria ser sagrada, porque é onde residem as espécies que guardam os tesouros
dos nossos ecossistemas. São essas manchas verdes que controlam parte da qualidade
e do ciclo da água; evitam a erosão do solo; e concentram a maior parte da
biodiversidade terrestre, nomeadamente, de espécies vegetais e animais. Apesar
de 21 de março ter sido uma data “encaixada no calendário apenas com um intuito
administrativo” (a época de cultivo de árvore é de outubro a fevereiro), Miguel
Teles lembra a importância da pedagogia. “É importante ensinar e passar a
mensagem através de uma responsabilidade social, que passa pelos cidadãos, mas
igualmente pelas empresas e instituições do Estado”. É um tema que dá pano para
mangas e que atravessa todos os setores da sociedade, cada qual com a sua quota
de responsabilidade: desde a má gestão da nossa rede de parques naturais; passando
pelos maus investimentos feitos em espécies exóticas que destroem as endémicas;
pelos erros de urbanismo; má limpeza dos matos e florestas; terminando nas
constantes crises dos incêndios de verão.
A “PlantarUma Árvore” é um projeto que merece a nossa atenção. Criada em 2012, pretende
que, “cada pessoa plante uma árvore por ano,
procurando através de diversas iniciativas proporcionar essa oportunidade”,
esclarece Miguel Teles. No sítio da internet a próxima atividade está marcada
para junho, mas é sempre possível aprender mais sobre as nossas árvores e
ensinar aos nossos filhos a cuidar delas. Quer lhes deixar um futuro saudável,
não é? “Ao plantar uma árvore, estaremos a semear o futuro, sabendo
que à sombra de cada árvore plantada os nossos filhos vão contar a nossa
história aos nossos netos”. Bem, verdade.
It is important, however, to distinguish the commercial forest, one that is used, for example, in the production of pulp for paper, from the the native one. The latter should be sacred because it is where they live species that guard the treasures of our ecosystems. They are the green spots that control water quality and water cycle; prevent soil erosion; and concentrate most of terrestrial biodiversity, particularly of plant and animal species. Although March 21 was a date "embedded in the calendar only with an administrative purpose" (the tree growing season is from October to February), Miguel Teles recalls the importance of pedagogy. "It is important to teach and pass the message through a social responsibility by citizens, but also by companies and state institutions." It is an endless theme that affects all sectors of society, each with its share of responsibility: from the poor management of our natural parks; bad investments made in alien species that destroy endemic ones; by errors in urban planning; poor cleaning of the woods and forests; and in the constant crises of summer fires.
For all these reasons, "Plant A Tree" association is a project that deserves our attention. Founded in 2012, it intends that "every person plant a tree each year, through various initiatives" says Miguel Telles. On their website, the next activity is scheduled for June, but you can always learn more about our trees and teach our children to look after them. Don’t you want to leave them a healthy future? "When planting a tree, we are sowing the future, knowing that the shade of every tree planted it’s where our children will tell our story to our grandchildren." Very much true.
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