Tenho
lido imensos comentários na internet sobre a aprovação da adoção por casais
homossexuais. Sobre a notícia nada há a dizer: o projeto de lei foi reafirmado no
Parlamento e agora o Presidente da República tem mesmo que o promulgar. Sempre
que há temas polémicos ou que me interessem particularmente, gosto de ler as
reações dos leitores e perceber o que pensam os outros sobre o assunto. E, como
se pode imaginar, sobre os direitos dos homossexuais toda a gente acha que tem
direito à opinião. Há, no entanto, temas que não são matéria de juízos de valor
mas de direitos humanos. É óbvio que nenhuma criança adotada por um casal do
mesmo sexo irá crescer pior. Os estudos dizem exatamente o contrário. Mas
acerca desta polémica eu gosto de me lembrar de uma história de uma amiga minha
que é negra e que era uma das minhas melhores colegas na escola secundária.
Morando numa terra pequenina e passando-se isto nos anos de 1990, a minha amizade
chegou aos ouvidos dos meus pais que comentaram e torceram o nariz. Parvo, fui-lhe
dizer isto, garantindo que seria sempre bem vinda na minha casa.
- Os
meus pais não racistas! A sério! Faz-lhes confusão, só isso. – garanti eu.
Ela
virou-se para mim e disse-me:
-
António, racismo é, dois pontos:
«
- O que acha dos pretos?
- Não tenho nada contra. Coitadinhos, também merecem respeito
e os mesmo direitos que os brancos.
- Então e se o seu filho ou filha casar com um preto ou uma
preta?
- Ah, hum, ai isso não... não…
»
-
Isto é racismo.
Ora,
este diálogo imaginário aplica-se a qualquer assunto: direitos raciais,
direitos dos gays, direitos dos deficientes, direitos das mulheres, e por aí
fora. O erro do mundo está em nunca se colocar na pele dos outros. Nunca
pensamos nos esquerdinos ou nos portadores de deficiências físicas. Caso
contrário, escreveríamos de maneira diferente e todas as ruas, estradas, casas
e passeios estariam adaptados às cadeiras de rodas. Nunca pensamos nos outros,
só em nós. O mais incrível é que já há casais homossexuais em Portugal com
crianças. Conheço diversos casos e, inclusive, técnicas da Segurança Social que
sempre ignoraram este facto quando um homem ou uma mulher avançavam para um
processo de adoção singular. Então se a pessoa trabalha, tem casa, boas
condições de vida, uma família, com avós ainda vivos, por exemplo, qual o risco
de ter aquela criança a crescer naquela casa? É preferível ela permanecer em
lares pagos com os nossos impostos e geridos, às vezes, em péssimas condições?
Gostava de viver num mundo mais feliz e menos rancoroso. Para quem discorda da
lei aprovada, aconselho a ler melhor os estudos que há sobre o assunto e,
depois, formular melhor os seus pensamentos.
- Me a you together it’s strange for them, but that’s alright! My parents are not racist! Seriously! - I guarantee her.
She turned to me and told me:
- Anthony, racism is:
«
- What do you think of black people?
- I have nothing against them. They also deserve respect and the same rights as white people.
- But what if your son or daughter married a black person?
- Oh, um, oh I don’t like very much ...
»
- This is racism.
Now, this imaginary dialogue applies to any subject: racial rights, gay rights, disability rights, women's rights, and so on. World's mistake is never put on others shoes. We never think of the left hand writers or on the disabled. Otherwise, we would write differently and all streets, roads, houses and sidewalks would be adapted to wheelchairs. We never think in others, only in us. The incredible thing is that there are already gay couples in Portugal with children. I know several cases and even Social Security professional that have always ignored this fact when a man or a woman advanced towards a singular adoption process. If the person works, pays taxes, has a home, good living conditions, a family with grandparents still alive, for example, what are the risks for the child to grow in that house? It is preferable to stay in orphanages paid with our taxes and managed, sometimes, in terrible conditions? For those who disagree with the law passed, I advise you to readstudies that exist about the subject, and then better formulate your thoughts!
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